©José Fernandes 2023. Acúleo.

[…] Na pauta vê-se pouco do que convém.

Depois do Outono alguém limpará ritos mudos.

Os arranjos afinal não se arranjam sozinhos,

nem as gavetas, as caixas de música,

os vivos cadáveres refugiados.


Todas as anástrofes do mundo são cretinas

porque houvesse memória em nós do instinto teu

a guerra seria fruto não comestível,

caducos os misantropos, os intransigentes,

essas fundamentalistas mnemónicas.


Moogs no fundo da noite pior oscilaram

reverberam no grés, a polir ditongos solertes

despontaram sons conhecidos pelo pilar das lembranças,

porventura restituídos em grutas suspeitas

ribombadas lágrimas frescas à monofobia. […]


Acúleo

derivado do espículo, irmão do aguilhão, distingue-se dos espinhos caulinares por ser mutável, fácil de extrair, de se metamorfosear.


Acúleo

18 de Novembro, espaço cultural Liquidâmbar, Praça República 28, 1°, 3000-250 Coimbra


Com Soraia Simões de Andrade, João Diogo Zagalo, Gonçalo Zagalo Pereira

Fotografia: José Fernandes

apoio à produção artística/conceito: AH! associação Mural Sonoro

colaborações e agradecimentos: Xana, Fernando Ramalho, Paula V Marques, Elagabal Aurelius Keiser, Nuno Miguel, António Pires, Paulo Lourenço, Ar de Estúdio, Leonor Alves, Alexandre Nobre.


Comment