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Arquivo Mural Sonoro 3

Camané

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Camané

86ª Recolha de Entrevista

Quota MS_00069 Europeana Sounds

 

Nesta conversa maior, da qual se disponibiliza uma parte no formato online deste Arquivo, explica que começou a cantar muito cedo, incentivado pelos pais, da sua primeira relação com as casas de fado e posteriormente com os palcos, os teatros musicais e o estúdio de gravação, reflecte sobre algumas características deste domínio musical e acerca das diferenças de relacionamento entre espaços sonoros distintos como o estúdio, o palco, a casa de fados, explicando também que a sua evolução como fadista, quer na escolha de repertórios como na perda paulatina da sua timidez em palco se deveu em grande parte à sua ligação ao Teatro da Comuna num período específico e ao conhecimento travado, que dura até hoje, com a actriz e letrista Manuela de Freitas e o músico-compositor José Mário Branco. entre outros. Aflora a importância dos contactos que foi mantendo com a engenharia de som, através de um dos mais reconhecidos engenheiros de som, Tó Pinheiro da Silva (que também fez parte de uma das Sessões de Conferência Mural Sonoro no Museu da Música ao lado de Fernando Abrantes para falar de ''Tecnologias da Produção Sonora e Musical em Portugal" e que se encontra registada neste arquivo) e expressa a sua ligação não linear com a gravação discográfica ao longo do seu caminho no Fado e de que modo isso o influencia.

Perspectivas e Reflexões no Campo
Fotografias: Helena Silva
Recolha efectuada no LARGO Residências, Lisboa

 

 

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André Mehmari (músico, compositor brasileiro)

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André Mehmari (músico, compositor brasileiro)

83ª Recolha de Entrevista

Quota MS_00052 Europeana Sounds

 

André Mehmari nasceu em Niterói no ano de 1977 é um músico, compositor, instrumentista e arranjador fluminense cujo instrumento primeiro é o piano, onde habitualmente compõe.

As suas obras foram executadas por vários agrupamentos e Orquestras Sinfónicas como, em exemplo, as Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo (OSESP), Orquestra Petrobras Sinfónica ou Orquestra Amazonas Filarmónica, entre outras.

A sua paixão e desenvolvimento no universo da «música clássica» não o fizeram distanciar-se da música e cultura popular brasileira, gravou discos com o bandolinista Hamilton de Holanda, a cantora Ná Ozzetti, compôs, produziu e escreveu para vários músicos, alguns próximo da sua geração, como Leandro Maia e Adriana Calcanhoto e colaborou com muitos mais como, entre outros, Ivan Lins ou Mário Laginha.

No dia 12 de Abril de 2014 André Mehmari daria um concerto em Lisboa para o qual convidou o músico Leandro Maia, do qual é produtor, para um público que encheu o auditório do Museu da Música, esta recolha de entrevista foi realizada um dia depois do concerto do músico em Lisboa antes do seu regresso ao Brasil. Na parte da recolha que disponibilizamos no arquivo online, expressa algumas das relações que sente existirem na actualidade entre os músicos e compositores brasileiros e a indústria cultural, algumas das dinâmicas do seu trabalho quer no estúdio como em palco, o apreço que nutre e desenvolveu na sua pesquisa pela engenharia de som, o registo sonoro e a gravação, bem como algumas considerações acerca da relação nem sempre pacífica, tanto de poder como de resistência, entre música e política local e cultural.

Em 2010, André Mehmari assinou contrato com uma das mais prestigiadas etiquetas italianas EGEA, que viria a representar o músico na Europa e para a qual lançaria cinco discos solo 4 . O primeiro deles ("Miramari") foi gravado no Oratorio Santa Cecilia, no centro histórico de Umbra (Itália) e lançado nesse país.

Foram também alguns já os reconhecimentos públicos do músico: Prémio Nascente (USP-Editora Abril) - categoria Música Popular-Composição (1995) e categoria Música Erudita-Composição (1997). 1° Prémio Visa de MPB Instrumental (1998) são disso exemplo.


Fotografias: Ana Carolina. Fotografia de capa, concerto com Leandro Maia no Museu da Música
Recolha de entrevista efectuada no Chiado, Lisboa, ao ar livre

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Filipe Raposo (músico: pianista, compositor)

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Filipe Raposo (músico: pianista, compositor)

82ª Recolha de Entrevista

Quota MS_00051 Europeana Sounds

 

Filipe Raposo é um pianista e compositor português. Actualmente vive em Estocolmo onde cursa o mestrado e faz investigação na área musical e artística.

Nesta recolha de conversa, de que se disponibiliza apenas umas parte online, fala dos seus primeiros contactos com a música. Recorda o piano vertical que tinha em casa e de tocar no piano da igreja todos os domingos, memórias de momentos determinantes proporcionados especialmente pela avó, das primeiras audições de prelúdios de Bach e do sentido que para um miúdo de 11/12 anos «aquilo» fez para si, até à ida para o Conservatório onde começa a ter contacto com a obra de Fernando Lopes-Graça, a ligação às melodias de cariz tradicional por ele escritas baseadas em repertórios e recolhas de transmissão oral, e com um professor que o marcaria de forma estruturante para o percurso que daí em diante acabou por traçar: o compositor Eurico Carrapatoso.

Os percursos quer académico como artístico/profissional de Filipe Raposo foram coexistindo, tal como os domínios musicais que abraçou (a 'música erudita', ' a improvisada' e 'contemporânea' ou a música popular  de influência tradicional) e que o levaram a colaborar com autores como  Amélia Muge, Janita Salomé,  Fausto Bordalo Dias, José Mário Branco ou Sérgio Godinho ao mesmo tempo que tocava, em exemplo, com músicos comoCarlos Bica (contrabaixo), Vicki (bateria), Hugo Fernandes (violoncelo), Yuri Daniel (baixo) e Carlos Miguel (bateria), entre outros.  

Filipe Raposo dedicou-se ainda, entre outros aspectos, à composição de filmes mudos como de Murnau, Griffith, Vertov, ou a banda sonora da peça 'Quem Tem Medo de Virgina Woolf?'. Tanto no teatro como no cinema tem aplicado parte daquilo que tem sido o seu trabalho.

À data em que esta conversa é registada Filipe Raposo tem dois registos fonográficos a solo, estando o terceiro pensado para o final/apresentação da sua tese de mestrado, que contará com um espectáculo ao vivo, além das várias colaborações ou participações em discos e espectáculos de outros autores e intérpretes como os atrás referenciados. A sua relação com o estúdio de gravação, os outros intérpretes e autores, a academia e os processos de produção e aceitação/divulgação da música que faz  são aspectos também aflorados nesta  conversa. 

Perspectivas e Reflexões no Campo
Fotografias de Helena Silva

Recolha no LARGO Residências

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Pedro Mestre (músico, tocador viola campaniça)

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Pedro Mestre (músico, tocador viola campaniça)

81ª Recolha de Entrevista

Quota MS_00050 Europeana Sounds

 

Pedro Mestre é um músico de 30 anos nascido na aldeia Sete e residente em Castro Verde, que tem o seu percurso precocemente ligado ao instrumento através do qual, desde os 12 anos, se tornou um dos principais divulgadores de alguns dos cantos e cancioneiros do Alentejo no geral e do Baixo-Alentejo em particular: a viola campaniça.

Começou a tocar mais regularmente a partir dos 12 anos de idade, mas foi, como conta nesta recolha de conversa da qual disponibilizo uma parte online, através de um programa de rádio local da autoria de José Francisco Colaço Guerreiro (interveniente, com Janita Salomé, na Sessão-Colóquio do Mural Sonoro que aconteceu no mês de Março no Museu da Música, em Lisboa, com o tema: «Cante Alentejano: a adapatação na Música Popular, o discurso sobre as identidades e o território») o qual escutava, com a sua família, com a frequência com que era emitido que despertou para o património cultural e musical da sua região e, posteriormente, pediu à mãe para aprender a tocar. Francisco António e Manuel Bento foram os seus mestres.

Na conversa fala, entre outros aspectos, da evolução do seu percurso localmente e fora do local em que se começou a desenvolver como músico, da riqueza abrangente de algumas expressões culturais e musicais do Alentejo e de algumas das suas características sociais e culturais (os despiques, o cantar nas rodas, nos balhos, as modas, os coros polifónicos masculinos e os, menos frequentes, mistos, o cante alentejano e o uso da viola campaniça a acompanhar alguns corais, etc), dos repertórios diferenciados, da utilização do instrumento noutros domínios musicais e do acompanhar do seu ressurgimento, a partir dos 8 anos idade, e de todo o novo interesse que ele passou a assumir para um maior leque de jovens tocadores em Castro Verde, onde a presença de uma comunidade de prática deste instrumento é já constante, e para a sociedade portuguesa de um modo geral.

Algumas das técnicas de execução da viola campaniça também as refere em conversa, no texto acerca da viola campaniça na área «Organologia» do Portal Mural Sonoro poderá conhecer melhor as características anatómicas, históricas, musicais deste instrumento, saliento contudo também aqui o facto deste cordofone possuir uma cintura muito pronunciada, ser composto por cinco ordens de cordas e de para alguns indivíduos a sua designação ser « viola de Beja» ou « viola típica do Alentejo» e ser tocado apenas com o polegar em movimento de vaivém («dedilhado»).


Recolha efectuada em Renovar a Mouraria
Fotografia de entrevista: Joana Rocha
Fotografias de viola e Pedro Mestre: Soraia Simões

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Manuel Paulo (compositor, autor, pianista)

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Manuel Paulo (compositor, autor, pianista)

80ª Recolha de Entrevista

Quota MS_00049 Europeana Sounds

 

Manuel Paulo Manso Felgueiras e Sousa. É um músico, produtor, autor e compositor português, nascido na cidade de Lisboa, que conta, à data que esta recolha é feita, já com cerca de três décadas de percurso na música.

Colaborou como pianista com  músicos, outros autores e compositores, como com Jorge Palma (no disco Manuel Paulo toca todos os temas ao piano, à excepção de um, na medida em que Jorge Palma tocava guitarra aqui) e integrou a formação musical que acompanhou Rui Veloso a partir do ano de 1983, altura em que António Pinho Vargas saía da formação, até ao ano de 1994 ano em que se junta, por convite, a João Gil e João Monge para formar o grupo Ala dos Namorados.

Mas do percurso de Manuel Paulo fizeram ainda parte os projectos Rio Grande com quem tocou ao vivo, a Direcção musical de peças musicais como 'Cabeças no Ar' e o fonograma/banda sonora primeiro de originais fora do grupo Ala dos Namorados 'Assobio da Cobra' no qual se ouvem as vozes de Camané, Sérgio Godinho, Manuela Azevedo ou Filipa Pais, bem como a composição para bandas sonoras: dos filmes Serenidade em 1987 e Ilhéu de Contenda no ano de 1996  ou para séries de televisão: como Claxon em 1991 da qual saiu um fonograma, A Mulher do Senhor Ministro de 1994 e, entre outras, Bocage de 2006.  As suas colaborações com músicos de Cabo Verde também têm ocupado parte do seu caminho na música. Entre outros, primeiro com Dany Silva e depois com Nancy Vieira. 

Na parte disponível no Arquivo online desta conversa maior fala das suas referências musicais iniciais, da influência da música clássica que o pai escutava e do contacto desde muito cedo com o piano, instrumento que aperfeiçoaria e passaria a ser até hoje o seu principal instrumento musical de trabalho, das particularidades dos vários papéis assumidos na Música Popular: como compositor, director musical, produtor e executante, da necessidade de abraçar outros desafios que permitam não estar confinado a um só projecto musical, mas também de aspectos mais concretos, como: a sua ligação ao estúdio de gravação (o primeiro fonograma de Rui Veloso do qual faz parte, ''Guardador de Margens'', conta com a produção/mistura de António Pinheiro da Silva, assim como de José Carrapa e do próprio Rui Veloso. Disco aliás sobre o qual o engenheiro de som falaria na primeira Sessão do ano 2014 do Mural Sonoro no Museu da Música) das diferenças, especificidades e evoluções da voz do cantor Nuno Guerreiro, dos fados que a convite produziu para Mísia ou Ana Sofia Varela e onde dirigiu as gravações (a minha cultura não é de fado, mas se não houvesse fado eu não era o compositor que soudiz Manuel Paulo) ou, entre outros assuntos levantados, do projecto em que é só um executante  que toca repertório de um dos seus grupos de eleição: os Led Zeppelin (de nome Led On) e no qual tocam também Paulo Ramos, Mário Delgado , Zé Nabo e Alexandre Frazão. 

 

Recolha em Lisboa. Jardim do Centro Cultural de Belém

Fotografias de Helena Silva

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Ruben de Carvalho (Programador Cultural, Jornalista, Historiador)

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Ruben de Carvalho (Programador Cultural, Jornalista, Historiador)

78ª Recolha de Entrevista

 

                                                                                                   

Quota MS_00047 Europeana Sounds

Ruben Luís Tristão de Carvalho e Silva  nasceu em Lisboa no ano de 1943.

 

É Jornalista desde 1963. Autor de diversas publicações no domínio do fado, bem como noutros universos da Música Popular, de programas de rádio (‘Crónicas da Idade Mídia, em exemplo, continua a fazer parte, à data em que esta recolha é feita, da grelha de programação da Antena 1 da RTP) e diversos artigos neste âmbito em Jornais e Revistas.

Foi chefe de redacção de ‘’Vida Mundial’’, redactor coordenador no ‘’O Século’’ e chefe de redacção do semanário ‘’Avante!’’ a partir do primeiro número da série legal, director da rádio local ‘’Telefonia de Lisboa’’, membro do Conselho de Opinião da RTP em 2002, responsável pelo ‘’Avante!’’ (órgão central do PCP) de Abril de 1974 a Junho de 1995.

A sua actividade política encontra-se em várias etapas do seu percurso profissional com a cultural, tal como se pode apreender na discussão de alguns dos assuntos levantados nesta conversa para o Arquivo Mural Sonoro de que se disponibiliza, mais uma vez, apenas uma parte, sendo a restante transcrita para trabalho escrito.

Foi membro do executivo da CDE de Lisboa, membro executivo da Comissão Executiva das Festas de Lisboa e da Comissão Municipal de Preparação de LISBOA 94 – Capital Europeia da Cultura (ano em que Amália Rodrigues dá o seu último espectáculo, no Coliseu em Lisboa, sob a programação de Ruben de Carvalho. Tal como refere Joel Pina), deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Setúbal, Vereador da Câmara Municipal de Lisboa desde as autárquicas de 2005, membro do Executivo da Comissão Organizadora da Festa do «Avante!» desde 1976 e, entre um numeroso conjunto de dinamizações na música e cultura populares, um dos principais responsáveis pela actuação no ano de 1983 do músico, activista e compositor americano Pete Seeger no Pavilhão dos Desportos em Lisboa, que ficaria registado em fonograma acompanhado de um livro e folheto de fotografias.

Além de membro do Comité Central do Partido Comunista Português, foi também Vereador da Câmara Municipal de Lisboa desde as autárquicas de 2005 e responsável na Câmara Municipal de Lisboa  pelo Roteiro do Anti-fascismo.

Na parte disponível online desta conversa fala da sua ligação às várias linguagens disponíveis na comunicação (a crónica, a rádio, a televisão, o livro) e das suas limitações e contrariedades, do papel assumido pelos discursos utilizados em vários domínios musicais, de alguma da bibliografia do fado e do foco e presença no universo do fado de alguns dos autores/escritores com as suas convicções estéticas, políticas e ideológicas, da relevância da gravação sonora para a compreensão de determinados processos nas práticas da música e da cultura popular em sociedade, do contacto com a música por via indirecta (publicidade, cinema, arquitectura), etc.

 

Entre a variada bibliografia do fado contam-se trabalhos da autoria de Ruben de Carvalho, como são os casos de “As Músicas  do Fado” (Campo das Letras, 1994), “Histórias do Fado” (Ediclube, 1999) ou “Um Século de Fado” do mesmo ano e editora.

2014 Perspectivas e Reflexões no Campo

Recolha efectuada em casa de Ruben de Carvalho

Fotografias: Madalena Santos

 

 

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Joel Pina (violista de fado, instrumento: viola baixo)

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Joel Pina (violista de fado, instrumento: viola baixo)

76ª Recolha de Entrevista

Quota MS_00045 Europeana Sounds

Nasceu há 94 anos numa aldeia de nome Rosmaninhal (Idanha-a-Nova). É  um dos nomes há mais tempo ligados à história do fado, especialmente pela integração da viola baixo no conjunto de instrumentos de acompanhamento do fado, e pelo seu talento interpretativo como executante do instrumento viola baixo. Profissionalizou-se no ano de 1949 e ainda hoje toca e actua.

Nesta recolha de entrevista maior de que se disponibiliza online uma parte recua até ao Rosmaninhal onde o seu interesse por instrumentos de cordas começou, expressa os primeiros contactos com o fado, e o primeiro instrumento que com 8 anos começou a tocar, comprado pelo pai numa viagem a Lisboa: um bandolim, tocou ainda viola e guitarra mas foi na viola baixo que detectou o talento que tinha como executante e acompanhante de fado, diz na recolha que apesar de saber música, ''o fado tem uma música própria'', reflecte ainda sob as condicionantes da sua aprendizagem autodidacta feita através da observação dos outros que tocavam.


No ano 1938 mudou-se para Lisboa e, como apreciador de fado, passou a ser presença assídua no Café Luso. Casa de Fados onde conheceu Martinho de Assunção que, em 1949, o convidou para integrar o Quarteto Típico de Guitarras de Martinho de Assunção, que intitula de ''um conjunto de exibição'', devido especialmente ao repertório clássico que tocavam.  É precisamente neste conjunto que Joel Pina se começa a dedicar à viola baixo e, tal como anteriormente referido, se profissionaliza como músico.

Em 1950 integrou o elenco da Adega Machado, com Francisco Carvalhinho, na guitarra, e Armando Machado, na viola. A presença da viola baixo no acompanhamento instrumental do fado, que até essa altura não era habitual, através de Joel Pina manteve-se no elenco desta casa durante dez anos.


Foi, com Fontes Rocha e Júlio Gomes um dos integrantes e fundadores do Conjunto de Guitarras com Raul Nery. Nesta recolha fala do alcance granjeado pelo Conjunto que chegou, por iniciativa de Eduardo Loureiro - chefe então do departamento de música da Emissora Nacional, a convite de Raul Nery para formar um conjunto, a apresentar-se na rádio, quinzenalmente, num programa de guitarradas.

A partir do ano de 1966 começou a acompanhar regularmente Amália Rodrigues, actividade que manteve ao longo de três décadas até ao final do percurso musical da fadista. Com ela tocou em palcos de todo o mundo, em inúmeros espectáculos e digressões que passaram, em exemplo, pelo Canadá, Estados Unidos e Brasil (diversas vezes), Chile, Argentina, México, Inglaterra, França, Itália (diversas vezes), Rússia, Japão (onde estiveram cinco vezes), Austrália, África do Sul, Angola, Moçambique, Macau, Coreia do Sul.

Joel Pina é chamado de ''O Professor'' pelo seu conhecimento, experiência e dedicação ao universo do fado.

2014 Perspectivas e Reflexões no Campo

 

Curiosidades:

A primeira audição no universo do fado de Joel Pina foi numa Grafonola de um vizinho na aldeia do Rosmaninhal quando tinha 8 anos de idade: ''Fado Proença'' cantado por Maria Alice.

O último espectáculo dado por Amália Rodrigues, no Coliseu, foi organizado por Ruben de Carvalho (do Partido Comunista Português)

 

 

Recolha efectuada no Museu do Fado
Som de Paulo Lourenço
Fotografias de Marta Gonçalves

 

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Luís Cilia (músico, compositor)

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Luís Cilia (músico, compositor)

64ª Recolha de Entrevista

 

Quota MS_00041 Europeana Sounds

Luís Cília nasceu no Huambo (Angola) no ano 1943.
Veio para Portugal em 1959, onde deu continuidade à sua formação académica.

Em 1962 conheceu o poeta Daniel Filipe que o incentivou a musicar poesia. É nesse ano que tem as suas primeiras experiências nesse âmbito (“Meu país”, ”O menino negro não entrou na roda”, que viriam a ser incluídos no seu primeiro registo fonográfico gravado em França, para a editora Chant du Monde). Em Abril de 1964 partiu para Paris, onde viveu até 1974.

Em França estudou guitarra clássica com António Membrado e composição com Michel Puig.

Entre 1964 e 1974 realizou recitais em quase todos os países da Europa.
Depois do seu regresso a Portugal continuou a gravar discos, como compositor e intérprete e a realizar recitais. Como intérprete gravou dezoito discos, alguns dos quais dedicados exclusivamente a poetas tais como Eugénio de Andrade (“O Peso da Sombra”), Jorge de Sena (“Sinais de Sena”) ou David Mourão Ferreira (“Penumbra”).

Nos últimos anos tem-se dedicado apenas à composição, nomeadamente para Teatro, Bailado e Cinema.

Nesta recolha de entrevista Luís Cilia recorda as motivações que estiveram na origem do seu percurso como músico, intérprete e sobretudo compositor e produtor, as suas referências culturais e musicais, alguns sectarismos que o fizeram gerar polémica nos universos por onde à data gravitava (como, em exemplo, conta a respeito de uma célebre entrevista que deu, logo no dia 25 de Abril de 1974 a Mário Contumélias, em que afirmava que o fadista Alfredo Marceneiro era um cantor revolucionário, dizendo isto para contrariar a envolvência sectária de alguns ‘militantes da época’ a respeito do universo do fado), de algumas das histórias e ideias que vivem em alguma da sua obra discográfica, etc.

Luís Cilia foi o primeiro cantor que no exílio denunciou a guerra colonial e a falta de liberdade em Portugal. A sua actividade constante, a partir de 1964, tanto discográfica como no que diz respeito à realização de recitais, fê-lo profissionalizar-se em 1967. Durante vários anos dedicou-se ao estudo de harmonia e composição. Formação musical e experiências que o tornaram num dos mais respeitados compositores do século XX e da actualidade, procurado pelas mais distintas instituições, nomeadamente desde que, nos anos 80, optou exclusivamente pela composição devido às muitas solicitações, e elogiado por outros autores de modo frequente como o caso do músico José Mário Branco, do poeta e letrista Manuel Alegre, do escritor Urbano Tavares Rodrigues ou dos músicos Pedro Caldeira Cabral e Sérgio Godinho, entre tantos outros.

© 2013 Perspectivas e Reflexões no Campo

Fotografias: Augusto Fernandes

Recolha em Casa de Luís Cilia

Nota: Projecto da RTP on-line Extrema-Esquerda: porque não fizemos a revolução?, temáticas do filme O Salto, por Soraia Simões, aqui »»»

Nota importante: Em Março de 2017 relembrava a Luís Cilia o concerto “La Chanson de Combat Portugaise”, do qual a RTP, cumprindo a sua missão de serviço público, disponibiliza agora uma boa parte no seu arquivo on-line* (1), hoje recebo uma mensagem do Luís «Soraia, tem o (ignóbil) panfleto que esse grupo distribuiu à entrada da Mutualité? Se não tem posso enviar-lhe (...)». «Envie-me Luís. Adorava ver isso». E aqui está ele, servindo-me no trabalho e cumprindo (me) também na minha missão.

O panfleto é assinado pelo Comité «Viva a Revolução, mas Proletária». (1)*RTP Arquivos** aqui »»»

para mais detalhes acerca deste documento, contacte-me

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