Rights reserved - Free access
Viviane Parra nasceu no sul de França, em Nice.
Conta nesta recolha de entrevista de que modo iniciou, num contexto amadorístico, a sua ligação aos palcos como cantora, curiosamente no âmbito de um espectáculo de Carlos do Carmo para as comunidades portuguesas em França era ainda uma adolescente, a sua passagem (já no Algarve) por um grupo de música de cariz tradicional (Borda D'Água), recorda que o seu percurso musical de um modo profissionalizante iniciou no ano de 1993 com o grupo Entre Aspas, da representatividade que o grupo alcançou nos anos de 1990 no contexto da cultura e música populares de matriz urbana e da regularidade e sucesso granjeados especialmente nos espectáculos ao vivo.
Viviane integrou vários agrupamentos musicais. Destacam-se, como expressa na conversa, o grupo Linha da Frente no ano de 2002, formado por músicos de domínios musicais diferenciados que interpretavam poemas que se inscrevem no património literário português, o “Camaleão Azul” em 2003 e “Rua da Saudade”, um projecto criado por Renato Júnior que reuniu quatro intérpretes femininas para dar voz a algum do repertório literário de José Carlos Ary dos Santos no ano 2009 (Luanda Cozetti, Mafalda Arnauth, Susana Félix integraram, com Viviane, este trabalho). Nesta conversa reflecte de que modo estas colaborações foram importantes no seu percurso e como influenciariam a sua vida musical a solo.
As relações da Música Popular feita em Portugal com a indústria fonográfica, as novas formas de produção e recepção musical, as comunidades de ouvintes e espectadores, o avanço do papel do estúdio de gravação pessoal e das novas formas de criação e reprodução sonoro-musical e o retrocesso e a resistência oferecidos pela indústria fonográfica com o advento desses novos mecanismos, são alguns dos aspectos levantados neste registo.
Somando o seu percurso com o grupo Entre Aspas, que a deu a conhecer à maioria dos públicos em Portugal, às colaborações e ao seu trajecto a solo, a intérprete e compositora conta com mais de duas décadas de actividade. «Amores Imperfeitos» (2005), «As Pequenas Gavetas do Amor» (2011), «Dia Novo» (2014), são, até à data em que esta recolha foi realizada, alguns dos seus fonogramas a solo já editados.
No ano de 2005, após o fim do grupo Entre Aspas, segue um percurso a solo e onde as suas influências culturais no geral e tipologias musicais em particular se fazem notar (chanson française, fado, tango, música popular brasileira).
2015 Viviane Parra à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no campo
Edição, Pesquisa, Som, Entrevista em 5 de Março de 2015, Texto: Soraia Simões
Fotografias: Helena Silva