71ª Recolha de Entrevista

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BI: José Luís Tinoco nasceu em Leiria no ano de 1932. É um músico, autor, compositor, ilustrador e cartoonista.

Neste excerto disponibilizado online, de uma recolha de conversa maior para o Arquivo, fala da importância da sua mãe (pianista, ex-discípula de Vianna da Motta, tocava regularmente com a Orquestra da Emissora Nacional a solo) e do seu pai (animador e organizador cultural) para o caminho que como autor, músico e compositor acabou por traçar, mas também da forte influência das bandas sonoras de filmes americanos das décadas de 30 e 40, dos tempos em Leiria, no Porto e posteriormente em Lisboa (nomeadamente no Hot Clube e Festivais RTP da Canção) e de como a ligação à música se ia mantendo, mudando e evoluindo, entre outros aspectos.

Autor de “Um Homem na Cidade” (música) em parceria com José Carlos Ary dos Santos (letra). 
Escreveu também a música e letra de “No Teu Poema” e muitas mais canções interpretadas por Carlos do Carmo e outros. Como, em exemplo, “Madrugada” (música e letra), que venceria o prémio RTP da Canção em 1975; “Os Lobos e Ninguém” ou “O Amarelo da Carris”, entre outras.

No final dos anos de 1990 foi autor de um fonograma cantado por Carlos o Carmo de nome “Margens”, para o qual compôs, arranjou todas as canções (há uma co-autoria apenas num tema desse disco, com Ivan Lins) e escreveu vários dos poemas dessas canções.

Muitas das canções que fez/musicou/escreveu foram feitas em parceria com poetas como José Carlos Ary dos Santos, António Lobo Antunes, Dinis Machado, Yvette Centeno, Pedro Tamen, Vasco Graça Moura, etc.

A sua formação académica : Arquitectura, não o impediu de se dedicar à música, como também à pintura e artes gráficas, ilustração, etc.

Fez parte do movimento que na década de 50 introduziu o jazz em Portugal, integrando regularmente os primeiros agrupamentos residentes do Hot Clube.

Nos anos 70 gravou um LP (para o qual escreveu a música, textos e arranjos) no universo do rock mas também do jazz de nome: “Homo Sapiens”.

Compôs igualmente música para peças de teatro, cinema e televisão.
O seu último CD, intitulado “Arquipélago”, é dedicado à sua vertente de compositor jazz. O CD inclui, entre outros, a participação dos músicos-pianistas Bernardo Sassetti, Mário Laginha e João Paulo Esteves da Silva.

A sua vertente de compositor de canções e ‘fado-canção’ é, no entanto, aquela que é mais conhecida por grande parte do público português. À data em que esta recolha é feita tem nas mãos um projecto que gravou com Cristina Nóbrega, o qual inclui ‘canções / fados’ e alguns músicos de jazz.

Esta variedade de influências musicais e visuais deveu-se, como explica na conversa, em grande parte ao facto de José Luís Tinoco ter familiares muito chegados na área das música, arquitectura, pintura e cenografia.

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ilustração de José Luís Tinoco no ano de 1954, feita na Cave do Hot Clube, Lisboa

© 2013 José Luís Tinoco à conversa com Soraia Simões, Perspectivas e Reflexões no Campo

Pesquisa, Som sem edição, texto: Soraia Simões

Recolha efectuada em Lisboa na casa de José Luís Tinoco